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Ação empreendedora: Um estudo bibliométrico sobre a produção científica internacional
Entrepreneurial action: A bibliometric study on the international scientific production
REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, vol. 12, núm. 3, e2230, 2023
Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas

Research Article


Recepción: 26 Enero 2022

Revisado: 24 Febrero 2023

Aprobación: 27 Marzo 2023

Publicación: 19 Octubre 2023

DOI: https://doi.org/10.14211/regepe.esbj.e2230

Resumo: Objetivo do estudo: Analisar a produção científica internacional do campo da ação empreendedora. Metodologia/abordagem: Para investigar a temática da ação empreendedora foi utilizado o método bibliométrico. Na operacionalização da pesquisa foram incluídos os artigos disponíveis na base de dados da Web of Science e da Scopus. Para a seleção do banco de dados analisou-se os documentos por meio dos softwares: My EndNote Web, Microsoft Excel e VOSviewer. Principais resultados: Foi identificado a escassez de pesquisas compassivas à temática, constatou-se que pouco se sabe do percurso da emergência de uma ação empreendedora e como de fato este eixo de pesquisa pode contribuir com os estudos sobre o empreendedorismo. Contribuições teóricas/metodológicas: Identificou-se que existem estudos promissores acerca da temática que possibilitaram o intercâmbio do conceito da ação empreendedora com as diversas áreas do conhecimento, o que possibilitou a construção de uma matriz-síntese. Relevância/originalidade: O campo da ação empreendedora ainda é incipiente e requer maiores esforços em direção a um desenvolvimento teórico e empírico, a fim de estabelecer e contribuir para a construção de uma estrutura conceitual bem limitada e definida acerca do fenômeno. Contribuições sociais para a gestão: Os estudos sobre a ação empreendedora estão diretamente relacionados a estudos de caso que relataram a emergência de ações empreendedoras em organizações, enfatizando a concentração de trabalhos nas áreas de gestão e negócios.

Palavras-chave: Ação empreendedora, Empreendedorismo, Método bibliométrico, Matriz-síntese.

Abstract: Objective: To analyze the international scientific production in the field of entrepreneurial action. Method: To investigate the theme of entrepreneurial action, the bibliometric method was used to fulfill the desired purposes. In the operationalization of the research, articles available in the Web of Science and Scopus databases were included. The database selection procedure was carried out by analyzing the documents using the software: My EndNote Web, Microsoft Excel and VOSviewer. Results: It was possible to identify the scarcity of compassionate research on the subject, in addition to the fact that little is known about the emergence of an entrepreneurial action and how, in fact, this research axis can contribute to studies on entrepreneurship. Theoretical contributions: It was identified that there are promising studies on the subject that made possible the exchange of the concept of entrepreneurial action and the different areas of knowledge through the construction of a synthesis matrix. Relevance/originality: The field of entrepreneurial action is still incipient and requires greater efforts towards a theoretical and empirical development, in order to establish and contribute to the construction of a very limited and defined conceptual structure about the phenomenon. Contributions to management: Studies on entrepreneurial action are directly related to case studies that report the emergence of entrepreneurial actions in organizations, which emphasizes the concentration of work in the areas of management and business.

Keywords: Entrepreneurial action, Entrepreneurship, Bibliometric method, Matrix-synthesis.

INTRODUÇÃO

A ausência de uma estrutura conceitual bem delimitada acerca do empreendedorismo impactou no fato de muitas pesquisas existentes enfatizarem a atuação de um único indivíduo, o empreendedor, em detrimento das ações empreendedoras (Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Teece, 2012; Dimov & Pistrui, 2020; Lacerda & Andrade, 2021). Alguns estudos mais recentes têm revelado que o empreendedorismo deve ser compreendido como um processo em que a função de empreender não está necessariamente relacionada à atuação de um único indivíduo detentor de características excepcionais (Alvarez & Barney, 2007; Watson, 2013; Lacerda & Andrade, 2021).

Os estudos que trabalharam as abordagens econômica e comportamental do empreendedorismo, enfatizaram que o empreendedor consiste em um indivíduo com um perfil característico e com habilidades para alavancar e desenvolver negócios, gerando lucro econômico aos empreendimentos (Alvarez & Barney, 2007; Lacerda & Andrade, 2021). Dessa forma, durante muito tempo o empreendedor foi caracterizado como uma personalidade heroica que injetava altos ganhos econômicos nas empresas, a fim de garantir sucesso e sustentabilidade no mercado (Shane & Venkataraman, 2000; McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007).

Em contrapartida, a abordagem processual do empreendedorismo aponta que o fenômeno é parte do meio social e está presente em diversos segmentos da sociedade, tal como no contexto econômico, ambiental, social e público (Watson, 2013; Spedale & Watson, 2014; Dimov & Pistrui, 2020; Lacerda & Andrade, 2021). Isto porque, de acordo com os precursores dos estudos sob essa perspectiva, a função de empreender não deve ser entendida como um atributo de poucos, mas um processo que pode ser aprendido e desenvolvido por qualquer pessoa (Sarasvathy, 2001; Alvarez & Barney, 2007; Frese, 2009; Mocelin & Azambuja, 2017; Dimov & Pistrui, 2020; Lacerda & Andrade, 2021).

Verificou-se que essa perspectiva contemporânea de análise do empreendedorismo vem sendo desenvolvida e registrada na literatura científica internacional a partir dos anos 2000, indicando que a ação deve ser uma das principais unidades de investigação do fenômeno (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Frese, 2009; Watson, 2013; Spedale & Watson, 2014; Morales et al., 2019; Dimov & Pistrui, 2020; Wood et al., 2021; Lacerda & Andrade, 2021).

A idealização da ação empreendedora pode ser compreendida como resposta a uma decisão que está sob condições de incerteza, sobre uma possível oportunidade de lucro (McMullen & Shepherd, 2006; Townsend et al., 2018; O’Shea et al., 2021; Wood et al., 2021; Angus et al., 2022). Já na visão de Boszczowski e Teixeira (2012) e Lacerda e Andrade (2021), a ação empreendedora consiste em uma ação coletiva que objetiva movimentar recursos por meio da elaboração de novos bens e serviços.

Para Dimov e Pistrui (2020) a ação é o principal esteio para se compreender a ocorrência do empreendedorismo, pois o processo empreendedor implica em um propósito subjacente a uma ação lógica e direcionada. Para os autores, a ação empreendedora pode representar interesses, intenções ou propósitos, sendo complacente à ação racional dos indivíduos inseridos em um determinado contexto, cuja combinação de interesses organizacionais resultam em uma concepção social. Dessa forma, infere-se que as ações alusivas a um empreendimento podem transpassar diferentes estruturas organizacionais e sociais.

Mediante o contexto apresentado e com o intuito de explorar e compreender como se desdobra a ação empreendedora, indagou-se: Como a ação empreendedora tem sido evidenciada pela literatura científica internacional ao longo dos anos? Para responder a esta problematização, o presente artigo, em seu objetivo geral analisa a produção científica internacional do campo da ação empreendedora. Especificamente, buscou-se compreender, frente aos autores, as principais categorias de análise da temática e criar uma matriz-síntese a partir dos resultados encontrados.

Consoante ao objetivo da pesquisa, optou-se por utilizar o método bibliométrico, visto que este é o mais adequado para cumprir os propósitos predefinidos. O estudo bibliométrico é uma técnica essencialmente quantitativa e de caráter exploratório que visa auxiliar na identificação, quantificação e descrição de determinados campos de pesquisa por meio da análise de clusters (Machado Júnior et al., 2016). Os dados foram coletados mediante a busca de trabalhos científicos indexados na base de dados da Web of Science e da Scopus, visto que estes encontram-se disponíveis no Sistema de Coordenação e Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES), cujo acesso é disponibilizado pela Instituição de Ensino Superior a que os autores deste artigo são vinculados.

Os resultados deste estudo demonstraram que a ação empreendedora é um campo emergente e em desenvolvimento na literatura científica internacional. Identificou-se a escassez de pesquisas relacionadas à temática, além de que, constatou-se que há pouca informação sobre o percurso de emergência de uma ação empreendedora e como de fato este campo de pesquisa pode contribuir com os estudos sobre o empreendedorismo. Dessa forma, a busca pela matriz-síntese objetiva suprir essa lacuna, apresentando as principais possibilidades de investigação referentes à temática.

Assim, o artigo apresenta contribuições teóricas através do detalhamento das principais categorias conceituais que definem o campo, abrindo possibilidades para estudos posteriores. Além disso, o estudo pode ser útil tanto aos pesquisadores em nível avançado quanto àqueles que estão iniciando suas investigações acerca da ação empreendedora, pois contém informações relevantes, tais como os principais autores e as categorias mais trabalhadas acerca da temática.

Sob o ponto de vista empírico, as contribuições transcendem os ganhos acadêmicos, visto que a compreensão da ação empreendedora contribui para desenvolver uma estrutura conceitual do empreendedorismo, pois, é pela ação empreendedora que de fato acontece o processo empreendedor (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Frese, 2009; Dimov & Pistrui, 2020; Morales et al., 2019; Wood et al., 2021; Lacerda & Andrade, 2021).

Assim, a análise do campo da ação empreendedora e a identificação das principais estruturas conceituais desenvolvidas são os principais diferenciais do artigo. A proposição de uma matriz-síntese pode contribuir para emergirem novos desdobramentos de estudos no campo. É válido ressaltar que não foram encontrados estudos bibliométricos específicos sobre a temática em pesquisas anteriores.

MÉTODO

O estudo analisa a produção científica internacional do campo da ação empreendedora e é considerado como uma pesquisa exploratória. Utilizou-se a bibliometria como método de coleta e de análise de dados, que é uma técnica essencialmente quantitativa e tem como objetivo realizar de forma integrativa e sistemática mensurações e análises acerca da produção científica internacional de uma determinada área do conhecimento (Prado et al., 2016).

A pesquisa foi organizada com base nas etapas e procedimentos utilizados no estudo de Prado et al. (2016), conforme listado na Tabela 1.


Tabela 1
Framework da análise bibliométrica
Nota: Elaborado pelos autores com base em Prado et al. (2016).

Para a operacionalização da pesquisa utilizou-se os artigos disponíveis na base de dados da Web of Science (WOS) e da Scopus, pois são referências para o campo de ciências sociais aplicadas devido à qualidade e relevância das obras a estas indexadas. Além disso, as bases apresentam diversos recursos que possibilitam o download de metadados consistentes para a realização de estudos bibliométricos (Prado et al., 2016), os quais são compatíveis com os softwares utilizados neste estudo.

O procedimento de pesquisa utilizado em ambas as bases de dados foi detalhado na Tabela 1, assim como as palavras-chave inseridas nas strings de busca (Item 2.1). Como critérios de inclusão, utilizou-se os filtros disponíveis no sítio de cada base para selecionar somente os artigos e revisões, não havendo corte temporal, de áreas e idiomas, visto a baixa quantidade de publicações encontradas. Ressalta-se que a pesquisa foi realizada no período compreendido entre o início novembro e 12 de dezembro de 2022, sendo encontrados 84 documentos na WOS, especificamente, 81 artigos e 3 revisões; e na Scopus, 140 documentos, sendo 134 artigos e 6 revisões.

Para realizar o procedimento de seleção do banco de dados, optou-se por analisar os documentos por meio dos softwares My EndNote Web, Microsoft Excel e VOSviewer (Van Eck & Waltman, 2010). As referências foram organizadas utilizando-se o My EndNote Web. Os dados foram analisados a partir das planilhas eletrônicas e gráficos sistematizados no Microsoft Excel e as redes e figuras foram obtidas pelo VOSviewer por meio do download dos metadados disponíveis na WOS e na Scopus.

Os dados foram exportados e organizados nos respectivos softwares, além da realização da busca de arquivos dos artigos e revisões em formato pdf com acesso aberto nas bases de dados. Realizou-se também a leitura de todos os resumos das publicações e dos 55 artigos disponíveis ao acesso aberto, sendo 25 artigos disponibilizados pela WOS e 30 pela Scopus, com ênfase nas publicações dos anos de 2018 a 2022. Mediante a leitura dos trabalhos, efetuou-se a análise temática dos documentos encontrados nos últimos 5 anos, devido ao aumento significativo de publicações neste período, fato que embasou a construção da matriz-síntese proposta.

APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A partir da adequação e organização dos dados extraídos pelos metadados disponíveis nas bases de dados, propôs-se nesta seção uma análise da frente de pesquisa acerca da ação empreendedora, da produtividade dos autores, categorias e análise temática. Buscou-se explorar as tendências temporais da produção científica internacional, os países que mais publicaram, o número de citações dos artigos, as redes de autoria e coautoria, as categorias e as palavras-chave das publicações. Ao final, propôs-se uma matriz-síntese com a apresentação das principais possibilidades encontradas dentro da temática.

Análise da frente de pesquisa

Tendências temporais, países e periódicos

A tendência temporal da produção científica internacional sobre a ação empreendedora demonstrou que o primeiro artigo sobre este campo foi publicado no ano de 1993, com base nos dados obtidos pela Scopus. De acordo com os dados da WOS, os registros começaram apenas no início dos anos 2000.

Em ambas as bases de dados, o início das investigações sobre o campo foi bastante singelo, com poucos artigos publicados e apresentando até mesmo alguns momentos estacionários, ou seja, sem publicações. Contudo, houve um aumento considerável de trabalhos em meados dos anos 2000, especificamente, entre os anos de 2018 a 2022 em ambas as bases. Na WOS, houve um ápice de publicações no ano de 2021, sendo encontrados 13 documentos. Já na Scopus, o destaque está no ano de 2022, em que foram evidenciadas 21 publicações até o momento, conforme ilustrado na Figura 1.


Figura 1
Tendência temporal da produção científica internacional
Nota: Elaborado pelos autores.

Os estudos sobre a ação empreendedora são recentes e ainda pouco explorados na literatura científica internacional, apresentando uma taxa de crescimento anual de aproximadamente 16,8%. Na base de dados Scopus foram publicados estudos sobre o tema em 42 países, enquanto a WOS apresenta publicações em 29 países diferentes. Identificou-se que alguns países ocidentais concentraram um volume maior de publicações em ambas as bases, como: os Estados Unidos, Inglaterra e Austrália, conforme os nós evidenciados na Figura 2.


Figura 2
Mapeamento de países
Nota: Elaborado pelos autores.

Com relação à produtividade dos periódicos, a Figura 3 ilustrou aqueles que mais publicaram sobre o tema em estudo. Em consonância com a análise anterior, constata-se que os periódicos que mais publicaram sobre a temática possuem como países de origem os Estados Unidos e a Inglaterra.


Figura 3
Análise dos periódicos que mais publicaram
Nota: Elaborado pelos autores.

O Journal Of Business Venturing, periódico que concentrou a maior quantidade de publicações sobre a ação empreendedora tanto na base de dados da WOS quanto da Scopus, é de origem americana, seguido do Entrepreneurship and Regional Development que é de origem inglesa. Destaca-se que esses periódicos são dedicados à publicação de trabalhos específicos sobre o empreendedorismo e apresentam alto fator de impacto, fato que denotou a relevância e o reconhecimento da ação empreendedora na literatura científica internacional.

Dessa forma, a Figura 3 ilustrou em termos de quantidade os treze periódicos que mais publicaram sobre a temática, sendo encontrados 57 veículos diferentes na WOS e 94 na Scopus. Contudo, reafirmou-se a incipiência de estudos sobre a ação empreendedora devido ao fato de que apenas 10,52% (WOS) e 9,57% (Scopus) dos periódicos da amostra apresentaram mais de três publicações indexadas, seguido de 7,01% (WOS) e 8,51% (Scopus) que publicaram até dois trabalhos, e por fim, a parte mais representativa, onde 82,47% (WOS) e 81,92% (Scopus) dos periódicos realizaram apenas uma publicação sobre a ação empreendedora.

Produtividade dos autores

Análise das citações e redes de autoria e coautoria dos artigos selecionados

Os trabalhos mais citados sobre a ação empreendedora estão concentrados na Tabela 2. As cinco publicações mais citadas foram indexadas em periódicos de alto e médio fator de impacto, especificamente, nas áreas de empreendedorismo e gestão de negócios. Denotou-se que dentre os trabalhos, três deles estão presentes tanto na base de dados da WOS como da Scopus.


Tabela 2
Trabalhos e autores mais citados
Nota: Elaborado pelos autores.

Os artigos de autoria de Alvarez e Barney (2007) e Teece (2012) foram indexados somente em periódicos da WOS e apresentaram fatores de impacto mais elevados, isso se comparados aos demais periódicos. Conforme a qualidade das publicações, há influência na reputação dos periódicos, isso porque, leva-se em conta a quantidade de citações que as publicações indexadas a estes recebem (Prado et al., 2016). Dessa forma, quanto melhor a qualidade do artigo, entende-se haver maior número de citações.

Vale destacar que dentre os cinco trabalhos mais citados, aqueles de autoria de McMullen, J. S. e Shepherd, D. A. (McMullen & Shepherd, 2006; Dean & McMullen, 2007; Shepherd & Patzelt, 2015) aparecem mais de uma vez na tabela, o que ressalta a importância desses autores para o campo do empreendedorismo e da ação empreendedora. Os dados também demonstraram que existem 165 autores diferentes na WOS e 307 na Scopus que se dedicaram à temática da ação empreendedora.

A Figura 4 e a Figura 5 ilustraram os dados da análise de cocitação compilados pela WOS e Scopus, respectivamente.


Figura 4
Análise de cocitação (WOS)
Nota: Elaborado pelos autores.


Figura 5
Análise de cocitação (Scopus)
Nota: Elaborado pelos autores.

Dentre os nós em evidência em ambas as bases, destacaram-se os autores Shane e Venkataraman (2000) e Sarasvathy (2001), sendo esses os estudos mais cocitados nas bases investigadas. Por meio dos nós apresentados na rede, observou-se que esses autores foram os mais citados por uma diversidade de trabalhos.

Categorias e análise temática

Os estudos sobre a ação empreendedora foram trabalhados em diversas áreas do conhecimento. Observou-se um domínio das publicações na base de dados da WOS no campo das Ciências Sociais Aplicadas, sobretudo, na área de Negócios, apresentando 60,71% das publicações e, Gestão, com 36,90% dos trabalhos publicados.

Já na base de dados da Scopus, a área de Negócios, Gestão e Contabilidade contemplou 45,7% das publicações. A segunda área em destaque foi Ciências Sociais, com 16,2% dos trabalhos e a terceira mais evidenciada foi Economia, Econometria e Finanças com 13,2% das publicações.

Além das categorias, buscou-se analisar as palavras-chave nos estudos da amostra selecionada. Dessa forma, identificaram-se as palavras-chave que mais apareceram nos estudos, sendo essas definidas pelos autores inseridos tanto na base de dados da WOS como da Scopus, conforme ilustrado na Figura 6.


Figura 6
Análise das palavras-chave (WOS e Scopus)
Nota: Elaborado pelos autores.

A partir dos 84 trabalhos publicados na WOS, foram encontradas 328 palavras-chave diferentes e nos 140 documentos analisados na base de dados da Scopus, encontrou-se 445 palavras-chave. A palavra “Ação Empreendedora” foi a mais evidenciada seguida por “Empreendedorismo” e “Empreendedor” simultaneamente. Nesse cenário, devido ao alto número de palavras-chave encontradas, aferiu-se que os estudos referentes à ação empreendedora possuem diversas perspectivas a serem consideradas diante de seus aspectos multifacetados.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Análise da frente de pesquisa

A tendência temporal da produção científica internacional referente à ação empreendedora apontou que os estudos nessa área começaram a ser publicados no ano de 1993 de acordo com os dados da Scopus. Percebeu-se que até em meados dos anos 2000, as publicações foram incipientes em ambas as bases, sendo publicados poucos artigos e, em determinados períodos, não havendo publicações.

Os estudos pioneiros indexados nas bases investigadas, em suma, buscaram definir alternativas para uma teoria de emergência da ação empreendedora (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Watson, 2013; Spedale & Watson, 2014). Outros estudos convergiram ao tentarem diferenciar a ação empreendedora de uma intenção, o que permitiu inferir a assimetria entre ações administrativas e ações empreendedoras (Sarasvathy, 2001; Teece, 2012; Mathias et al., 2015; Mocelin & Azambuja, 2017; Townsend et al., 2018; Wiklund et al., 2018; Dimov & Pistrui, 2020; Rapp & Olbrich, 2020; Wood et al., 2021).

Outros trabalhos também buscaram discernir a ação empreendedora em empreendimentos sociais (Meek et al., 2010; Weerakoon et al., 2019; Alonso et al., 2020; García-Morales et al., 2020; Nsereko, 2021; Kimmitt et al., 2022) e também a influência do tempo na emergência de uma ação empreendedora (McKelvie et al., 2011; Greenman, 2013; Morales et al., 2019; Dimov & Pistrui, 2020; Wood et al., 2021).

Além disso, grande parte desses estudos analisados enfatizaram o papel da oportunidade no processo empreendedor. A oportunidade pôde ser compreendida como um dos elementos centrais do empreendedorismo, sendo encontrada em diversos estudos (Shane & Venkataraman, 2000; Sarasvathy, 2001; McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Boszczowski & Teixeira, 2012; Mocelin & Azambuja, 2017; Scheaf et al. 2019). Contudo, mesmo com todos os esforços empreendidos, não foi encontrado nenhum estudo que pudesse validar os antecedentes ou até mesmo sugerir uma teoria sólida, consistente e precisa sobre a ação empreendedora.

No que diz respeito aos países que mais publicaram sobre a temática, denotou-se que os Estados Unidos foi o país que iniciou as publicações sobre a ação empreendedora, seguido pela Inglaterra. Compreendeu-se que os países em destaque têm buscado estudar o empreendedorismo para além de uma abordagem estritamente individualista, buscando evidências que contribuam para se compreender o processo empreendedor com ênfase nas ações, práticas e resultados alcançados pelos empreendimentos (Shane & Venkataraman, 2000; Sarasvathy, 2001; McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Frese, 2009; Watson, 2013; Dimov & Pistrui, 2020; Lacerda & Andrade, 2021; Wood et al., 2021). Consequentemente, a concentração de publicações nesses países mostrou o domínio da língua inglesa em 97, 4% das publicações.

Embora não evidenciado no mapeamento de países que mais publicaram sobre a temática da ação empreendedora, o presente estudo demostrou um resultado interessante, isto ao considerarmos a adoção de uma perspectiva decolonial. Nesse sentido, verificou-se a indexação de 3 estudos de periódicos de origem brasileira na base de dados da WOS. O estudo de Lacerda e Andrade (2021) abordou a ação empreendedora no contexto da administração pública, identificando a emergência do fenômeno em um setor de pós-compra em uma instituição de ensino superior.

De Sordi et al. (2021) buscaram investigar como os professores que lecionam disciplinas sobre empreendedorismo em cursos de pós-graduação em universidades brasileiras exploraram tanto os aspectos favoráveis como os desfavoráveis acerca da ação empreendedora no Brasil. Isto porque os autores identificaram que as repercussões das ações empreendedoras em países emergentes não são tão positivas quanto nos países desenvolvidos. É válido ressaltar que o mesmo artigo também foi encontrado na base de dados da Scopus.

O estudo de Cassano et al. (2021) identificou como a ação empreendedora contribui para o processo de aceleração e internacionalização de incubadoras brasileiras. A ação empreendedora teve papel fundamental para o aumento das exportações e a ação conjunta de várias instituições contribuiu significativamente para a integração de diversos atores na busca por ações efetivas e maior participação no processo de internacionalização das incubadoras.

Na base de dados da Scopus, o Brasil também apareceu com três publicações registradas. A primeira ocorreu no ano de 2017, com o artigo “Empreendedorismo intensivo em conhecimento: elementos para uma agenda de pesquisas sobre a ação empreendedora no Brasil”, autoria de Mocelin e Azambuja (2017). Os autores associaram determinados avanços conceituais da ação empreendedora com fenômenos empíricos analisados pelo comportamento de indivíduos empreendedores. O artigo apontou que a teoria da ação empreendedora abarca aspectos relevantes da exploração de oportunidades realizadas por agentes, apontando um caminho de possíveis alternativas para o alcance dos objetivos organizacionais.

A segunda publicação, De Sordi et al. (2021), também foi indexada na WOS, conforme relato anterior. Por fim, a terceira publicação brasileira foi realizada no ano de 2022 pelos mesmos autores, com o artigo “Dark, down, and destructive side of entrepreneurship: Unveiling negative aspects of unsuccessful entrepreneurial action”. De Sordi et al. (2022) buscaram investigar e classificar a variedade de enfoques negativos resultantes de ações empreendedoras. Os resultados do trabalho indicam que ações empreendedoras nem sempre injetam resultados totalmente positivos, pois podem ocasionar efeitos prejudiciais para o empreendedor tanto objetivamente quanto subjetivamente.

Com relação à produtividade dos periódicos, os resultados demonstraram o esforço da academia em debater as práticas evidenciadas pelo processo empreendedor, deslocando o foco dos estudos que centralizam o indivíduo empreendedor e a criação de novos empreendimentos para a ação empreendedora (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Watson, 2013; Spedale & Watson, 2014; Mocelin & Azambuja, 2017; Lacerda & Andrade, 2021). Dessa forma, verificou-se que a intensidade das publicações referentes à ação empreendedora foi evidente nos últimos anos, possivelmente, devido à necessidade afirmada pela abordagem contemporânea acerca da compreensão do fenômeno do empreendedorismo como um processo que é derivado de ações (Shane & Venkataraman, 2000; Sarasvathy, 2001; Frese, 2009; Watson, 2013; Mocelin & Azambuja, 2017).

Diante disso, constatou-se que o termo “ação empreendedora” ainda é recente, tendo em vista que na extensa quantidade de periódicos possua apenas uma publicação sobre o tema. Sendo assim, é notório que os trabalhos foram direcionados para as facetas do empreendedorismo e as suas implicações para o indivíduo empreendedor. Apesar disso, denotou-se o esforço dos pesquisadores na realização de publicações na área, embora ainda seja necessário um movimento mais amplo para alcançar a consolidação do campo.

Produtividade dos autores

No que diz respeito à análise das citações e redes de autoria e coautoria dos artigos selecionados, destacou-se que o trabalho mais citado em ambas as bases, ou seja, o artigo “Entrepreneurial action and the role of uncertainty in the theory of the entrepreneur”, autoria de MCMullen e Shepherd (2006) foi um dos estudos pioneiros sobre a temática. Os autores consideraram que a ação empreendedora pode ocorrer em dois estágios principais.

De acordo com os autores, o primeiro estágio é verificado pela oportunidade identificada como possível para alguém ou para um conjunto de atores e o segundo, ocorre quando a oportunidade é explorada e visualizada como potencial para um único indivíduo ou vários que estão operando em conjunto. Desse modo, MCMullen e Shepherd (2006) enalteceram que a ação empreendedora é impulsionada pela identificação de uma oportunidade ponderada por atores envolvidos nesse processo.

O segundo estudo mais citado, embora esteja indexado somente na WOS, foi intitulado “Discovery and creation: alternative theories of entrepreneurial action”, autoria de Alvarez e Barney (2007), sendo também considerado um dos estudos pioneiros sobre o campo, contribuindo e engajando investigações posteriores sobre a teoria da ação empreendedora. A partir da indagação: Se as oportunidades para empreender existem independentemente das percepções dos empreendedores ou se as oportunidades podem ser criadas e exploradas? Os autores propuseram uma análise da teoria da criação e da teoria da descoberta, a fim de compreender e propor um modelo teórico para a ação empreendedora. Os autores questionaram se de fato as oportunidades estão a todo momento esperando que alguém as descubram e as explorem, pois para eles, as oportunidades surgem a partir da ação dos indivíduos e sua dedicação em alcançarem um propósito.

Na Scopus, o segundo estudo mais citado foi o dos autores Dean e McMullen (2007), sendo também o terceiro mais citado de acordo com a WOS. O trabalho aborda uma compreensão de como o empreendedorismo auxilia na resolução de demandas ambientais relacionadas aos sistemas socioeconômicos globais. Ademais, expôs definições de empreendedorismo ambiental e sustentável, além de investigar a teoria proposta, que possui a finalidade de exceder o contexto ambiental e gerar insights para o crescimento dos estudos relacionados ao empreendedorismo e à ação empreendedora.

Por fim, o quarto trabalho mais citado em ambas as bases é de autoria de Shepherd e Patzelt (2015). Os autores apresentaram uma definição apoiada pela literatura referente ao empreendedorismo sustentável. Na busca de encontrar novos caminhos, foi apresentada uma agenda de pesquisa amparada em perspectivas psicológicas, institucionais e econômicas. As questões de pesquisa propostas buscaram amparar “o que deve ser desenvolvido” e “o que deve ser sustentado”, quando se trata das pesquisas relacionadas ao empreendedorismo sustentável.

Dentre os quatro artigos mais citados, observou-se que dois trabalhos apareceram com os autores McMullen e Shepherd respectivamente, o que demonstra a importância deles para o campo do empreendedorismo e da ação empreendedora. Além do mais, dois estudos abordaram o tema empreendedorismo sustentável e as suas particularidades com a ação empreendedora, fato que permitiu inferir a consistência acerca da teoria, além dos desdobramentos promissores que estão sendo desenvolvidos nos estudos posteriores.

Nesse sentido, convém citar a identificação da natureza situacional da ação empreendedora (Greenman, 2013; Morales et al., 2019; Dimov & Pistrui, 2020; McKelvie et al., 2011; Wood et al., 2021); sua manifestação nos diferentes contextos (Dean & McMullen, 2007; Weerakoon et al., 2019; Alonso et al., 2020; García-Morales et al., 2020; Nsereko, 2021; Lacerda & Andrade, 2021) e a adoção do fenômeno como parte do meio social e presente em nosso cotidiano (Sarasvathy, 2001; Watson, 2013; Spedale & Watson, 2014).

Apesar da identificação de autores seminais dedicados aos estudos sobre a ação empreendedora, a produtividade do campo ainda se encontra incipiente. O presente estudo revelou que 86,07 % (WOS) e 89,26 (Scopus) dos autores dedicados às investigações sobre a ação empreendedora realizaram apenas uma publicação e 13,93% (WOS) e 10,74% (Scopus) realizaram mais de duas publicações. Inferiu-se que quanto mais houver publicações sobre uma determinada temática, mais produtivo esse campo será. Contudo, essa relação é inversa, visto que a maioria dos autores geralmente se dedica apenas a uma publicação sobre a temática, conforme foi apresentado através dos resultados.

Além dos autores que foram apresentados anteriormente, muitos deles não foram indexados nas bases de dados investigadas, mas apareceram em evidência no acoplamento bibliográfico. Tal análise demonstrou que além dos trabalhos já evidenciados anteriormente, existem outros trabalhos presentes no acoplamento bibliográfico que contribuíram para o desenvolvimento do campo, pois eles estão presentes nas referências bibliográficas dos artigos, mas não estão indexados nas bases de dados utilizadas no presente estudo.

Isto significa que existem trabalhos que foram citados pelos autores dos artigos compilados na WOS e na Scopus que merecem seus devidos destaques no campo, mas que não necessariamente, os periódicos onde estes trabalhos foram publicados estão presentes nas bases de dados processadas.

Dentre os artigos, o trabalho de Shane e Venkataraman (2000) é um dos primeiros estudos que trazem a noção do empreendedorismo baseado em ações. Para os autores, a ação empreendedora acontece por meio do surgimento de uma oportunidade em potencial. Nesse sentido, os autores identificaram uma estrutura conceitual de oportunidades empreendedoras pelos próprios indivíduos ao influenciarem o curso de uma ação em determinado empreendimento por meio de fatores-chave, como: os valores, as crenças, os corredores de informação, as propriedades cognitivas, a natureza da oportunidade e as diferenças individuais entre os indivíduos envolvidos neste processo.

Nesse sentido, destacou-se o trabalho de Sarasvathy (2001) que iniciou as discussões do processo de efetuação. A autora buscou compreender de que forma as ações empreendedoras emergem, sendo propostos dois efeitos para tal acontecimento: o processo de efetuação e o processo de causalidade.

Sarasvathy (2001) definiu que a causalidade é resultante de uma lógica de previsão, já o processo de efetuação estaria relacionado a uma lógica de controle. No processo empreendedor, os indivíduos irão direcionar ações a partir dessas duas lógicas, o que as diferenciam é o fato de que na causalidade, os indivíduos irão planejar ações a partir de um objetivo predefinido, escolhendo as alternativas mais convincentes e coerentes para seu empreendimento. Por outro lado, no processo de efetuação, os indivíduos irão propor estratégias a partir dos recursos (humanos, financeiros, físicos, tecnológicos, etc.) que eles têm disponíveis, assim, a partir de uma ação, os indivíduos irão buscar os meios e alternativas para efetivá-la, ou seja, torná-la real e efetiva.

Ainda de acordo com a autora, os efetuadores seriam os atores congruentes à lógica do empreendedorismo, visto que no processo de efetuação, o indivíduo exerce um papel de tomador de decisão. Para Sarasvathy (2001) o processo empreendedor acontece mediante interações contingentes entre as ações e a criatividade dos efetuadores e as aspirações de seus parceiros neste processo, sejam estes clientes, investidores, fornecedores ou outros tipos de alianças estratégicas. Nesse sentido, compreendeu-se que a lógica da efetuação traz a contribuição de que uma ação empreendedora muitas vezes não irá seguir um percurso predefinido a partir de um raciocínio lógico e causal, mas sim por meio da conexão entre o raciocínio causal e a lógica intrínseca à ação humana.

A popularização de muitos estudos ou simplesmente o “modismo” em se denotar personalidades como empreendedoras e consequentemente, a emergência de novos negócios, revelou a fragilidade empírica acrescida da limitação conceitual acerca das teorias do empreendedorismo (Lacerda & Andrade, 2021). Qualquer feito ou abertura de novo negócio é considerado como “empreendedor”. Desse modo, a ação empreendedora se revelou como um campo promissor e aberto às possibilidades teóricas e empíricas para uma compreensão mais precisa do processo empreendedor.

Vale ressaltar a importância da análise de cocitação para o campo da ação empreendedora, uma vez que além de direcionar os documentos dos autores mais consolidados, esses estudos são desenvolvidos na literatura com informações importantes que podem ser utilizadas por outros pesquisadores. Isto não significa que as abordagens anteriores não sejam relevantes, pelo contrário, o que se pretendeu demonstrar é que os estudos sobre a ação empreendedora tendem a complementar as teorias já então trabalhadas acerca do empreendedorismo, abrindo novas possibilidades para discussão. Nesse sentido, os desdobramentos confirmam como um ato emergente em um ambiente organizacional pode ser realmente considerado empreendedor não somente a partir da identificação da presença de uma personalidade heroica, que gera lucro econômico em um determinado empreendimento, ou mesmo por meio da evidência da criação de um novo negócio.

Categorias e análise temática

Verificou-se que os estudos sobre a ação empreendedora foram diretamente relacionados a estudos de caso que relataram a emergência de ações empreendedoras em organizações, o que enfatizou a concentração de estudos nas áreas de gestão e negócios. Contudo, a vasta utilização desta metodologia contribuiu para a fragilidade conceitual do campo, relatando somente os feitos e ações em detrimento dos antecedentes e variáveis presentes na jornada empreendedora.

De acordo com as análises das categorias temáticas e também do mapeamento das palavras-chave que apareceram com maior evidência nos trabalhos analisados nas bases de dados, ressaltou-se que os termos “empreendedorismo” e “ação empreendedora” são temáticas complementares, conforme abordado nos trabalhos. Especificamente, os estudos sobre a ação empreendedora possibilitaram o delineamento de pesquisas centradas nos aspectos do processo empreendedor, tais como a orientação empreendedora, a oportunidade, a criatividade, a inovação, as lógicas institucionais e o processo de efetuação. Sendo esses, palavras-chave que apareceram recorrentemente na análise realizada.

Nesse sentido, observou-se que o campo do empreendedorismo apresentou amplas perspectivas e abordagens diferenciadas que buscaram trazer contribuições conceituais, teóricas e empíricas para essa área. Contudo, cabe avaliar os principais resultados encontrados neste estudo, as inter-relações entre as categorias evidenciadas e as principais possibilidades para o campo da ação empreendedora, sendo proposta uma matriz-síntese para a melhor compreensão do fenômeno.

Matriz-síntese

Esta etapa enfatiza os estudos contemporâneos que compreenderam o fenômeno do empreendedorismo como um processo (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Teece, 2012; Watson, 2013; Spedale & Watson, 2014; Dimov & Pistrui, 2020; Lacerda & Andrade, 2021; Rapp & Olbrich, 2021). Verificou-se que esta abordagem apresenta as práticas resultantes do processo empreendedor, ao contrário das perspectivas econômica e comportamental que buscaram delinear o perfil dos indivíduos considerados empreendedores e aqueles negócios que deram certo, ou seja, que trouxeram bons resultados econômicos para os empresários.

Considerando os trabalhos seminais, constata-se que a ação é o meio necessário para que o empreendedorismo aconteça na prática (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008; Frese, 2009; Greenman, 2013; Townsend et al., 2018; Dimov & Pistrui, 2020; Rapp & Olbrich, 2021), o que é sustentado pelo crescimento das publicações que envolvem a temática da ação empreendedora nos últimos 4 anos.

Identificou-se, a partir do mapeamento de palavras-chave, que esses estudos trabalharam com aspectos teóricos e empíricos envolvendo a temática de ações empreendedoras e as suas relações com o desempenho das organizações, os processos de efetuação e causalidade, a inovação e as questões que envolvem a incerteza, criação e a descoberta de oportunidades.

Verificou-se que a oportunidade é uma variável que está presente em grande parte dos estudos sobre a ação empreendedora. As discussões convergiram em sua maioria para as oportunidades descobertas, fato que pode ser conferido no mapeamento de palavras-chave. Contudo, os estudos pioneiros enfatizaram que as oportunidades podem ser criadas ou descobertas (Alvarez & Barney, 2007). No entanto, não foi encontrada uma matriz nos estudos da base investigada que pudesse diferenciar como as oportunidades surgem no processo empreendedor.

A partir de um intercâmbio entre as primeiras teorias desenvolvidas e os novos desdobramentos do campo nos últimos 4 anos, verificou-se que a teoria da causalidade e da efetivação desenvolvida por Sarasvathy (2001) fornece achados que foram conciliados com a teoria da ação empreendedora nas investigações emergentes. Mediante a diferenciação entre uma oportunidade criada e uma oportunidade descoberta, inferiu-se por meio deste estudo que as ações empreendedoras são mais complacentes à teoria da criação e consequentemente, ao processo de efetuação. Ousamos dizer que a ação empreendedora pode ser compreendida por meio da matriz-síntese proposta, ilustrada na Figura 7.


Figura 7
Matriz-Síntese da ação empreendedora
Nota: Elaborado pelos autores.

A principal contribuição da matriz-síntese apresentada consistiu em diferenciar o empreendedorismo como prática, seja este voltado para a compreensão das experiências e desempenho das organizações em prol de lucro econômico e na identificação de quem são os indivíduos empreendedores, em contraponto à compreensão do empreendedorismo como um processo, enfatizando as ações e os resultados gerados pelo processo empreendedor. Nesse sentido, além do exposto, a matriz proposta também ofereceu achados que podem contribuir para a diferenciação entre uma ação empreendedora e uma ação administrativa.

Verificou-se que, a partir de uma oportunidade descoberta, os indivíduos assumem uma posição de assunção de riscos, visto que existem meios conhecidos e estruturados que permitem traçar alternativas para alcançar os resultados esperados para seus empreendimentos (Sarasvathy, 2001; McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008). Dessa forma, inferiu-se que a ação seja tomada com base em uma escolha racional, concernente aos objetivos já conhecidos pela organização. Nesse caso, arriscamos a dizer que a ação neste cenário terá uma origem administrativa, pois já está inserida nas estratégias e objetivos organizacionais, sendo decorrente de um processo de causalidade em que os indivíduos agem conforme uma lógica de previsão e controle.

O que se percebeu é que as oportunidades descobertas podem até certo ponto se desencadearem em ações empreendedoras à medida em que propõem o início de algo novo ou o momento de entrada de um negócio no mercado (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Townsend et al., 2018; O’Shea et al., 2021; Wood et al., 2021; Angus et al., 2022). Isto porque, no contexto da descoberta, as oportunidades antecedem as ações (Sarasvathy, 2001). No entanto, inferiu-se que quando essas ações se tornam habituais e rotineiras, elas tendem a se constituírem em ações administrativas, pois visam a geração de ganhos para os empresários, sendo complacentes a contextos bem estruturados e estáticos.

Por outro lado, a teoria da criação considera que a ação antecede a exploração de uma oportunidade (Alvarez & Barney, 2007). A oportunidade está centrada na incerteza, os indivíduos operam em um ambiente incerto e desestruturado, devendo utilizar os meios que se têm ao alcance em prol de resultados imprevisíveis para a situação evidenciada (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Townsend et al., 2018; O’Shea et al., 2021; Wood et al., 2021).

Neste cenário, os tomadores de decisão operam mediante uma ação racional e planejada, não meramente em uma escolha. Esta ideia é concernente ao processo de efetuação, em que os meios disponíveis devem estar aptos para enfrentar um ambiente dinâmico, incerto e muitas vezes mal estruturado (Sarasvathy, 2001). A jornada empreendedora não pode ser predefinida, pois os efetuadores não tem um objetivo predefinido, eles criam as oportunidades (McMullen & Shepherd, 2006; Alvarez & Barney, 2007; Klein, 2008). O efetuador tem aspirações contingentes e vagas, pois não é possível mensurar os efeitos desejados de sua ação (Sarasvathy, 2001). Nessa perspectiva, infere-se que o empreendedorismo pode ser parte integrante de outras práticas, para além da criação de novos negócios, podendo estar presente na reformulação de procedimentos, criação de estratégias, gerenciamento de projetos, dentre outros feitos.

Logo, a fim de contribuir para a delimitação de uma estrutura conceitual para o empreendedorismo, é preciso que os pesquisadores compreendam todo o processo empreendedor para que as ações empreendedoras sejam realmente identificadas como os meios suficientes e necessários para que o empreendedorismo aconteça de fato. Nessa perspectiva, este achado pode contribuir para um desenvolvimento conceitual mais robusto acerca da temática, visto que permite o entrelaçamento entre a teoria e a prática evidenciado nas publicações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa analisou a produção científica internacional do campo da ação empreendedora, além de explorar as tendências temporais da produção científica internacional e os países que publicaram sobre a temática, as citações dos artigos selecionados, a produtividade dos autores, bem como as redes de autoria e coautoria, e por fim, as categorias e palavras-chave das publicações.

Verificou-se que o campo da ação empreendedora ainda é incipiente e requer maiores esforços em direção a um desenvolvimento teórico e empírico, a fim de estabelecer e contribuir para a construção de uma estrutura conceitual bem limitada e definida acerca do fenômeno. Identificou-se que existem estudos promissores acerca da temática que possibilitaram o intercâmbio entre o conceito da ação empreendedora e as diversas áreas do conhecimento. Contudo, a multifacetação do campo contribuiu para um desfasamento de uma estrutura conceitual bem definida, abrindo espaço para que estudos empíricos de diversas áreas enquadrassem casos e experimentos aleatórios como empreendedores, entretanto, sem considerável rigor científico e muitas vezes não apresentando vínculo teórico-empírico.

A fim de contribuir para a extensão do conhecimento da ação empreendedora e minimizar os efeitos causados pela falta de uma estrutura conceitual bem definida para o campo, foi proposta uma matriz-síntese a partir dos resultados encontrados nesta pesquisa. A matriz-síntese sobre a ação empreendedora pode proporcionar extensões teóricas e empíricas para a área, tendo em vista as possibilidades evidenciadas. Nesse sentido, sugere-se como estudos futuros as investigações acerca da ação empreendedora como o epicentro das pesquisas sobre o empreendedorismo, considerando que é a partir de uma ação que o empreendedorismo acontece de fato.

Dessa forma, sugere-se como possibilidades de estudos futuros a delimitação do contexto em que emerge a ação e em seguida, a identificação do atributo da oportunidade que impulsionou a ação empreendedora, seja esta criada ou descoberta. Além disso, instiga-se a identificação dos atores que participaram com efetividade do processo empreendedor e o mapeamento dos resultados e benefícios gerados a partir do direcionamento de esforços coletivos que resultaram na emergência de uma ação empreendedora.

Ademais, por conta da escassez de estudos quantitativos sobre a temática, sugere-se a proposição de escalas de mensuração para compreender a ação empreendedora para gerar vínculo teórico-empírico acerca da temática, abrindo possibilidades de aplicação e validação nos diferentes âmbitos e contextos identificados. Para tanto, faz-se necessário verificar os antecedentes da ação empreendedora nos diferentes contextos.

O artigo, do ponto de vista teórico e acadêmico, buscou identificar as principais áreas que propuseram o desenvolvimento acerca do conceito da ação empreendedora e, consequentemente, foi possível delinear as principais categorias conceituais definidas em torno da temática e construir a matriz-síntese proposta. Sob o ponto de vista empírico, as contribuições transcendem os ganhos acadêmicos, visto que compreender o campo da ação empreendedora pode gerar ganhos para a sociedade, assim, este poderá ser obtido a partir do desenvolvimento de escalas de mensuração da ação empreendedora, conforme sugerido neste estudo e possibilitando a expansão do entrelaçamento teórico e empírico da temática.

Ademais, este estudo foi estruturado para ser replicado em estudos futuros, podendo até mesmo utilizar outras bases de dados. A proposta apresentada fornece dados interessantes para pesquisadores maduros e também para os iniciantes, considerando as possibilidades evidenciadas e o delineamento das principais estruturas científicas e conceituadas traçadas, servindo como um guia para os ingressantes nas investigações acerca da ação empreendedora.

Declaração de contribuições individuais dos autores




Nota: Cf. CRediT (Taxonomia de Papéis de Colaborador): https://credit.niso.org/

Agradecimentos

Os autores fazem agradecimento à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal de Lavras (PPGA/UFLA).

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Notas de autor

a Biografia da autora: Milena Abreu Ávila possui especialização em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), mestrado em administração pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Suas áreas de interesse são em empreendedorismo, gestão de pessoas, habilidades socioemocionais e gestão de serviços públicos.
b Biografia da autora: Daniela Meirelles Andrade é professora adjunta do Departamento de Administração e Economia (DAE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Possui doutorado e mestrado em Administração pela UFLA. Suas áreas de interesse são administração pública, empreendedorismo, ação empreendedora pública na educação, compras públicas, gestão de serviços e administração de materiais.
c Biografia da autora: Camila de Assis Silva é doutoranda em Administração pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Possui mestrado em Administração pela UFLA. Suas áreas de interesse são administração, administração pública, empreendedorismo, ação empreendedora pública e gestão social.
d Biografia do autor: Vinícius Batista Gonçalves é técnico administrativo da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Possui doutorado em Administração pela UFLA, mestrado em Administração Pública pela UFLA. Suas áreas de interesse são administração, administração pública e direito público.

Autora de contato: camila_assis16@hotmail.com

Información adicional

Artigo ID: 2230

Classificação JEL: D26, M10

Editor Chefe 1 ou Adjunto 2: 1 Dr. Edmundo Inácio Júnior, Univ. Estadual de Campinas, UNICAMP

Editor Associado Responsável: Dr. Victor Silva Corrêa, Universidade Paulista, UNIP

Editora Executiva 1 ou Assistente 2: 1 M. Eng. Patrícia Trindade de Araújo

Revisão Ortográfica e Gramatical: José Augusto Pereira da Silva

Item relacionado (hasTranslation): https://doi.org/10.14211/regepe.esbj.e2446

Declaração de conflito de interesse: Os autores declaram não existir conflito de interesses. Uma versão anterior foi apresentada no SemeAd 2021e indicado ao Fast-track da REGEPE. https://login.semead.com.br/24semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=1056

Como citar: Ávila, M. A., Andrade, D. M., Silva, C. de A., & Gonçalves, V. B. (2023). Ação empreendedora: Um estudo bibliométrico sobre a produção científica internacional. REGEPE Entrepreneurship and Small Business Journal, 12(3), e2230. https://doi.org/10.14211/regepe.esbj.e2230



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